Quinta-feira, 30 de Novembro de 2006
Então a raposa apareceu.
``Bom dia``, disse a raposa.
``Bom dia``, o Pequeno Príncipe respondeu educadamente. ``Quem é você? Você é tão bonita de se olhar.``
``Eu sou uma raposa``, disse a raposa.
``Venha brincar comigo``, propôs o Pequeno Príncipe. ``Eu estou tão triste``.
``Eu não posso brincar com você``, a raposa disse. ``Eu não estou cativada``.
``O que significada isso – cativar?``
``É uma coisa que as pessoas freqüentemente negligenciam``, disse a raposa. ``Significa estabelecer laços``.
``Sim`` disse a raposa. ``Para mim você é apenas um menininho e eu não tenho necessidade de você. E você por sua vez, não tem nenhuma necessidade de mim. Para você eu não sou nada mais do que uma raposa, mas sem você me cativar então nós precisaremos um do outro``.
A raposa olhou fixamente para o Pequeno Príncipe durante muito tempo e disse: ``Por favor cativa-me.``
``O que eu devo fazer para cativar você?`` perguntou o Pequeno Príncipe.
Você deve ser muito paciente``. Disse a raposa. ``Primeiro você vai sentar a uma pequena distância de mim e não vai dizer nada. Palavras são as fontes de desentendimento. Mas você se sentará um pouco mais perto de mim todo dia.``
Então o Pequeno Príncipe cativou a raposa e depois chegou a hora da partida dele – ``Oh!`` disse a raposa. ``Eu vou chorar``.
``A culpa é sua``, disse o Pequeno Príncipe, ``mas você mesma quis que eu a cativasse``.
``Adeus``, disse o Pequeno Príncipe.
``Adeus``, disse a raposa. ``E agora eu vou contar a você um segredo: nós só podemos ver perfeitamente com o coração; o que é essencial é invisível aos olhos. Os homens têm esquecido esta verdade. Mas você não deve esquecê-la. Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa.``
(Saint-Exupéry)
Ao som de: Eagle Eye Cherry - Save Togniht
Sinto-me: quase cativada...
Segunda-feira, 20 de Novembro de 2006
Um velho avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça:
Deixe-me contar-lhe uma história.
Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio àqueles que "aprontaram" tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram.
"Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra este sentimento".
E ele continuou:
É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira correta.
Mas, o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes.
"É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma! Algumas vezes é difícil de conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito".
O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou:
"Qual deles vence, Vovô?"
O avô sorriu e respondeu baixinho:
"Aquele que eu alimento".
Ao som de: Cownting Crows - Mr Jones
Sinto-me: ensonada
Segunda-feira, 13 de Novembro de 2006
"Um filhote de lobo será sempre lobo, ainda que criado entre os filhos do homem".
Certo rei decidiu domesticar um lobo e transformá-lo em um cão dócil. Seu desejo baseava-se na ignorância e na ânsia de que os outros aprovassem e admirassem sua atitude, o que é causa frequente de muitos problemas neste mundo. Fez com que tirassem de uma loba um dos seus filhotes recém-nascidos, e que fosse criado entre cães domésticos.
Quando o filhote de lobo cresceu, foi levado diante do rei e durante vários dias se comportou exatamente como um cão. As pessoas que viam esse fato assombroso ficavam maravilhadas e pensavam que o rei era extraordinário.
Agindo de acordo com essa crença, fizeram do rei seu conselheiro em todas as coisas e lhe atribuíam grandes poderes. O próprio rei acreditou que o que acontecera era quase um milagre. Um dia, quando estava caçando, o rei ouviu uma matilha de lobos que se aproximava. Quando os animais chegaram perto, o lobo doméstico deu um salto, mostrou as presas e correu para lhes dar as boas vindas.
Em poucos segundos desapareceu, de volta aos seus companheiros naturais.
Sinto-me: Poderosa!
Ao som de: Andre Indiana - Rip off
Segunda-feira, 6 de Novembro de 2006
"Um dia o cavalo de um camponês caiu num poço. Não chegou a ferir-se mas não podia sair por conta própria. O animal chorou fortemente durante horas enquanto o camponês pensava no que fazer. Finalmente tomou uma decisão cruel: concluiu que o cavalo já estava muito velho e não servia para mais nada e também o poço já estava seco, precisaria de ser tapado um dia, portanto, não valia a pena esforçar-se para tirar o cavalo de dentro do poço. Chamou então os vizinhos para que o ajudassem a enterrar o cavalo vivo. Cada um pegou numa pá e começou a jogar terra dentro do poço.
O cavalo não tardou a perceber o que estava a acontecer e chorou desesperadamente. Porém, para surpresa de todos, após algumas pás de terra o animal calou-se. Então o camponês olhou para o fundo do poço e ficou surpreendido com o que viu. A cada pá de terra que caía sobre suas costas o cavalo sacudia dando um passo sobre essa mesma terra que caía no chão.
Assim, em pouco tempo, todos viram como o cavalo conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali a galopar..."
Ao som de: In this together - Apoptygma Berzerk
Sinto-me: Corajosa